Comentários sobre o Simpósio
Temático 02 – Memória, Educação e Patrimônios Visuais
Dentro da temática proposta para o segundo dia dos simpósios
temáticos, foram apresentados 06 (seis)
trabalhos:
O primeiro, História
da Educação e visualidade: as lições de coisas e o Museu de História Natural do
Colégio Anchieta/Porto Alegre, RS, de Nara Beatriz Witt (UFRGS), reflete
sobre as relações entre a História da Educação e a Museologia. Focando
principalmente no Museu de História Natural do Colégio Anchieta, constituído na
primeira década do Séc. XX, o trabalho ilustra ricamente a utilização das lições de coisas, a observação de
objetos e imagens, denotando a importância do museu como recurso pedagógico.
No trabalho O Museu e a
construção da Memória de Julio de Castilhos – a preocupação com a imagem,
Ana Celina Figueira da Silva (UFRGS) mostra o meticuloso processo de
mitificação iniciado imediatamente após a morte de Castilhos por seus correligionários,
usando sem mesuras o aparato do Estado para criar um herói. Fotos, imagens,
esculturas e outros trabalhos artísticos fartamente utilizados para “frear” o
processo de esquecimento, natural após a morte física.
Já Natalia Thielke (UFRGS), em seu Museu das Missões: narrativas visuais sobre o passado missioneiro, trouxe
um belíssimo retrato sobrea expografia do Museu e o próprio projeto arquitetônico,
assinados por Lucio Costa, em que é valorizada, com o uso de paredes de vidro,
a visão das Reduções Jesuíticas, de dentro do museu. Ele também mostra o quão seletivo
pode ser um projeto expográfico, ao retratar quase que exclusivamente os jesuítas
e a sua religião, deliberadamente esquecendo os povos nativos e suas tradições.
O trabalho Ir, Ver e
se Apropriar, de Priscila Leonel de
Medeiros Pereira (UNESP), tem uma proposta bastante interessante: a visita à “40
museus em 40 semanas”. Isso para que o contato, o acesso físico e simbólico possibilite
às pessoas o reconhecimento da Instituição Cultural Museu como patrimônio. Essa
necessária comunicação ocorre com a visita de grupos convocados via redes
sociais às instituições. Grupos que são guiados por educadores, e após a visita
todos são convidados para um café com o intuito de discutir a visita.
A apresentação Colombia
en tempos de la Gran Guerra, de Ana Cecilia Escobar Ramirez (UFRGS) mostrou
as dificuldades de organizar uma mostra de tal monta, pelo difícil acesso a
fontes e material para exposição. A neutralidade colombiana na Guerra e suas implicações
na política interna e externa foi uma das muitas questões levantadas na mostra.
Os visitantes, confrontados com a realidade desses tempos difíceis que o país
passou, saíram com novas indagações propostas, em vez de uma conclusão pronta.
Por fim, Zita Rosane Possamai (UFRGS), em seu trabalho A Educação em Exposição: o Palácio da
Educação na Exposição Universal de Paris, 1900 mostra o Palácio, construído
especialmente para abrigar a mostra relacionada ao ensino na Exposição. Construído
majestosamente, com referências clássicas, bem ao gosto eclético do período, o
projeto do arquiteto Louis Sortais tinha o papel de mostrar, dialogando com a exposição
que abrigava, os aspectos das conquistas alcançadas por Paris, entre as quais a
própria Educação.
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