terça-feira, 28 de abril de 2015

III Encontro História, Imagem e Cultura Visual – FABICO/UFRGS

Comentários sobre o Simpósio Temático 02 – Memória, Educação e Patrimônios Visuais

Dentro da temática proposta para o segundo dia dos simpósios temáticos, foram apresentados  06 (seis) trabalhos:
O primeiro, História da Educação e visualidade: as lições de coisas e o Museu de História Natural do Colégio Anchieta/Porto Alegre, RS, de Nara Beatriz Witt (UFRGS), reflete sobre as relações entre a História da Educação e a Museologia. Focando principalmente no Museu de História Natural do Colégio Anchieta, constituído na primeira década do Séc. XX, o trabalho ilustra ricamente a utilização das lições de coisas, a observação de objetos e imagens, denotando a importância do museu como recurso pedagógico.
No trabalho O Museu e a construção da Memória de Julio de Castilhos – a preocupação com a imagem, Ana Celina Figueira da Silva (UFRGS) mostra o meticuloso processo de mitificação iniciado imediatamente após a morte de Castilhos por seus correligionários, usando sem mesuras o aparato do Estado para criar um herói. Fotos, imagens, esculturas e outros trabalhos artísticos fartamente utilizados para “frear” o processo de esquecimento, natural após a morte física.
Já Natalia Thielke (UFRGS), em seu Museu das Missões: narrativas visuais sobre o passado missioneiro, trouxe um belíssimo retrato sobrea expografia do Museu e o próprio projeto arquitetônico, assinados por Lucio Costa, em que é valorizada, com o uso de paredes de vidro, a visão das Reduções Jesuíticas, de dentro do museu. Ele também mostra o quão seletivo pode ser um projeto expográfico, ao retratar quase que exclusivamente os jesuítas e a sua religião, deliberadamente esquecendo os povos nativos e suas tradições.
O trabalho Ir, Ver e se Apropriar, de Priscila Leonel  de Medeiros Pereira (UNESP), tem uma proposta bastante interessante: a visita à “40 museus em 40 semanas”. Isso para que o contato, o acesso físico e simbólico possibilite às pessoas o reconhecimento da Instituição Cultural Museu como patrimônio. Essa necessária comunicação ocorre com a visita de grupos convocados via redes sociais às instituições. Grupos que são guiados por educadores, e após a visita todos são convidados para um café com o intuito de discutir a visita.
A apresentação Colombia en tempos de la Gran Guerra, de Ana Cecilia Escobar Ramirez (UFRGS) mostrou as dificuldades de organizar uma mostra de tal monta, pelo difícil acesso a fontes e material para exposição. A neutralidade colombiana na Guerra e suas implicações na política interna e externa foi uma das muitas questões levantadas na mostra. Os visitantes, confrontados com a realidade desses tempos difíceis que o país passou, saíram com novas indagações propostas, em vez de uma conclusão pronta.
Por fim, Zita Rosane Possamai (UFRGS), em seu trabalho A Educação em Exposição: o Palácio da Educação na Exposição Universal de Paris, 1900 mostra o Palácio, construído especialmente para abrigar a mostra relacionada ao ensino na Exposição. Construído majestosamente, com referências clássicas, bem ao gosto eclético do período, o projeto do arquiteto Louis Sortais tinha o papel de mostrar, dialogando com a exposição que abrigava, os aspectos das conquistas alcançadas por Paris, entre as quais a própria Educação. 

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