Entre 1450 e 1800, de Gutemberg à imprensa à vapor, na primeira fase da imprensa, as Cidades já eram importantes no processo de comunicação. Ao mesmo tempo, a comunicação foi fundamental para o crescimento e prosperidade de cidades como Veneza, Roma, Amsterdã, Paris e Londres.
1. As principais cidades europeias tinham locais de
difusão de informações, tais como barbearias e tavernas, para homens, fontes
publicas, para mulheres, e praças, para ambos os sexos. Mais tarde, os cafés
surgiram e ganharam muita importância no processo. Mas gostaria de enfatizar o
surgimento da comunicação clandestina e subversiva, com “grafiteiros” colocando
nas paredes e monumentos palavras contra as instituições e lideres. Algo muito semelhante
aos dias de hoje.
2. O crescimento das grandes cidades europeias também
fez crescer a confusão. Surge dai a necessidade de informação. Começam a
proliferar guias para locomoção na cidade. Incialmente informando sobre atrações
como igrejas, obras de arte, etc. Depois, sobre como negociar com condutores de
cabriolés, ruas a serem evitadas à noite. Isso não só para visitantes, mas também
para nativos, e sua demanda por informações sobre lazer e comércio. Destaco a
criação, em Veneza, por volta de 1535, do Tariffa
della Puttane, guia que continha atrações, críticas e preços de cerca de
110 cortesãs da cidade.
3. As cidades também coletavam e distribuíam informações vindas de e sobre outros lugares. Informações
estas que faziam subir ou descer preços de bens e ações. Surgem especuladores
que espalhavam boatos com esse fim, num paralelo com o que é feito nos dias de
hoje. Veneza era um centro de informações politicas importantes nessa época,
com um sistema de Embaixadores Residentes, que coletavam informações relevantes
para o Governo, fazendo relatórios que eram lidos em voz alta no Senado e
depois guardados nos Arquivos Estatais. Posteriormente, esses relatórios poderiam
ser comprados clandestinamente.
Veneza era a maior produtora de livros na Europa
por volta de 1500, e por consequência grande difusora de informação. Ajudava o
fato de ser uma cidade portuária e ligação entre oriente e ocidente. Muitos estrangeiros viviam na cidade, e obras eram
editadas em varias línguas. Isso até a Inquisição mudar esse quadro, forçando a
publicação de textos devocionais em italiano, com a cidade ganhando ares
provincianos, em contraste com o comportamento de metrópole que tinha até então.
Entra em cena Amsterdã. Pelo descobrimento
do Novo Mundo, o eixo de gravidade se desloca para mais perto do Atlântico. A
informação numa clara dependência das rotas comerciais. Isso faz com que, entre
1650 e 1700, Amsterdã se torne a maior produtora europeia de livros. Esta
cidade foi o primeiro centro jornalístico da Europa Ocidental, e muito da sua riqueza
dependia da venda de informações.
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